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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Motores / Automobilismo - Portugueses na Fórmula 1 ( F1 ), nas 24 Horas de Le Mans e na Velocidade - Porshe 917 K - (1966 - 2016) Os Melhores do Desporto em Portugal (II)

Motores - Pilotos Portugueses na F1 e na Velocidade - (1966 - 2016) - Os Melhores do Desporto Nacional nos Últimos 50 Anos (II)

Os Melhores do Desporto Automóvel em Portugal - Pilotos Portugueses na Fórmula 1, Le Mans e Velocidade - Carro Histórico Porshe 917 K - Le Mans


Portugal na Fórmula 1
Publicação relacionada: "Os Melhores do Futebol e do Desporto Nacional nos Últimos 50 Anos (1966 - 2016) - (I)"

FÓRMULA 1 
Até hoje, os Pilotos Portugueses que participaram em corridas de Fórmula 1 (F1), foram apenas quatro, nomeadamente, Nicha Cabral, Pedro Matos Chaves, Pedro Lamy e Tiago Monteiro.

Nicha Cabral (Porto, Cedofeita, 15 de Janeiro de 1934)
Mário Manuel Veloso de Araújo Cabral, também conhecido por Nicha Cabral, foi o Primeiro Piloto Português a participar num Grande Prémio de Fórmula 1 (F1), mais concretamente, no Grande Prémio de Portugal de F1 em 1959, realizando-se na altura no Circuito de Monsanto. Nesta altura ainda não existiam circuitos permanentes em Portugal e o Autódromo do Estoril só foi inaugurado em 1972.
Originário da Cidade do Porto, Cedofeita, 15 de Janeiro de 1944 (82 anos), neto do 1º Conde de Vizela, Nicha Cabral, na altura em que participou pela primeira vez na F1 com 24 anos, aproveitou a oportunidade proporcionada pela "Scuderia Centro Sud" para realizar o seu 1º Grande Prémio, ao volante de um "Cooper T 51" de motor traseiro, vindo este a marcar o início de um novo ciclo que iria colocar um ponto final na utilização de motores dianteiros na F1.
Nicha Cabral, apesar de antes da corrida ter rodado apenas cerca de meia hora para conhecer o carro,  conseguiu chegar ao fim e terminou colocado na 10ª posição, a 6 voltas do vencedor Stirling Moss, o mais notável dos pilotos que nunca venceu um Campeonato de F1.
Nicha Cabral - Grande Prémio de Portugal em 1959 no Circuito de Monsanto
Em 1960 participou no seu 2º GP de F1, nessa altura correndo em casa no Circuito da Boavista, no mesmo carro da "Scuderia Centro Sud". Nesse Grande Prémio chegou a rodar nos pontos, mas um acidente na 38ª volta colocou-o fora de prova.
Em seguida partiu para Angola onde cumprir o serviço militar na guerra do ultramar, tendo voltado à F1 em 1963 para correr pela mesma Equipa mas agora ao volante de um "Cooper T 60", o seu 3º GP de F1, desta vez na Alemanha no Circuito de Nurburgring Nordschleife, tendo terminada a sua corrida à sexta volta com a caixa de velocidades danificada.
Na corrida seguinte, em Monza, Itália, o penúltimo tempo nas qualificações juntamente com problemas de motor, obrigaram Nicha Cabral a não alinhar à partida do GP, sendo substituído pelo Italiano "Giancarlo Baghetti" que ao serviço de outra equipa, levou os Italianos ao delírio.
No  ano  de 1964 participou em  Monza, Itália, na sua 5ª e última  corrida de  F1, agora pela Equipa "Derrington Francis-ATS (Automobili Turismo e Sport)". Em 21 carros inscritos partiu da 19 posição. Na 25ª volta teve que abandonar devido a problemas de ignição.
Nicha Cabral - Grande Prémio de Monza em 1964
Neste GP de F1 Nicha Cabral acabou por fazer história sobretudo pelos pneus, já que foi o primeiro  Piloto a correr com Pneus Goodyear  num GP de F1 e, se nesse dia foi uma novi-
dade, a  partir  daí  a Marca de  Pneus Americana  nunca  mais  deixou de  estar  presente no "Grande Circo da F1".
No ano de 1965 participou numa corrida de Fórmula 2 no GP Rouen, França, onde sofreu um grave acidente que o obrigou a ficar hospitalizado em Rouen durante 6 meses.
Após o grave acidente, quando muitos já não acreditavam, Nicha Cabral regressou à com-
petição  em  1967. Abandonou  os mono lugares  e regressou às  corridas ao volante de um  Porshe  Carrera 6 no "Circuito de Montes Claros", numa versão do "Circuito de Monsanto" onde se estreou 8 anos antes na F1. Venceu a corrida em "Montes Claros" pelo que, se vol- tou a sentir  de novo confiante e motivado para a competição automóvel.
Entre 1967 e 1975 conduziu diversos carros de competição, incluindo o Porshe 917 de Da-
vid Piper's, carro que segundo consta, maior  prazer lhe deu conduzir e com o qual  obteve um 2º lugar na Prova de Vila Real. 
Nicha Cabral - Porshe 917 - 1971 Vila Real 
Em 1972 participou nas 24H de Le Mans pela Equipa "Ecurie Bonnier Switzereland" ao volante de um Lola T 280, mas desistiu com avaria na embraiagem. Em 1973 no GP de Portugal de Fórmula 2 ficou em 8º lugar ao volante de um March.
http://continental-circus.blogspot.pt/2014/01/nos-80-anos-de-nicha-cabral-parte-um.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_Ara%C3%BAjo_Cabral

Pedro Matos Chaves (Porto, 27 de Fevereiro de 1975)
Venceu o Campeonato Nacional de Fórmula Ford em 1985 e em 1987 venceu o Campeonato Britânico de Fórmula Ford. Em 1990 venceu o Campeonato Britânico de Fórmula 3000 e em 1991 entra para a F1 para a frágil Equipa da "Coloni", mas não se conseguiu qualificar em 13 grandes prémios. Em 1992 regressou à Fórmula 3000.
Posteriormente correu nas 24 de Le Mans (2002 e 2003) e também no Campeonato GT da FIA (Fédération Internationale de l'Automobile).
Numa Publicação de  "Continental Circus - Automobilismo no seu todo"podemos encontrar um bom trabalho sobre a carreira de Pedro Matos Chaves.
                                                                       Pedro Matos Chaves
Participou ainda no Campeonato Nacional de Ralis, onde foi Campeão Nacional em duas edições, anos de 1999 e 2000
Registou duas participações nas 24H de Le Mans:
- 2002 - "RML" em Saleen S7-R, 23º (5º em LMGTS);
- 2003 - "Graham Nash Motorsport" em Saleen S7-R, 22º (6º em LMGTS)
Referencias: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Chaves
https://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Nacional_de_Ralis
https://continentalcircus.wordpress.com/category/chaves/

Pedro Lamy (Alenquer, Aldeia Galega, 20 de Março de 1972)
Em 1993 Pedro Lamy teve a oportunidade de correr as últimas quatro corridas do Campeonato do Mundo de Fórmula 1, substituindo o Italiano Alessandro Zanardi na Equipa da Lotus. Apesar de não ter marcado pontos, assinou contrato para o ano de 1994 com a mesma Equipa. Em 1994 Pedro Lamy sofreu dois acidentes, San Marino e Silverstone, tendo o segundo acidente sido mais grave com fratura de pernas, o que o obrigou a ficar de fora durante o resto da temporada.
Após intensa fisioterapia, regressou a meio da época de 1995 assinando pela Minardi, substituindo o experiente Piloto Italiano Pierluigi Martini. Lamy registou o seu primeiro e único ponto na F1, na última prova do Campeonato em 1995 em Adelaide, Austrália, tendo ficado em 6º lugar. Entre 1993 e 1996 Lamy disputou 32 GP's, tendo continuado na Minardi até ao final da época de 1996, altura em que terminou a sua ligação com a Equipa.
                                          2014 - Pedro Lamy
Entretanto Pedro Lamy tem participado noutras Provas / Competições exteriores à F1, das quais podemos destacar do seu brilhante palmarés:
- 1997 - 5º Classificado nas 24H de Le Mans;
- 1998 - 2º Classificado de GT2 nas 24H de Le Mans;
- 1998 -  Campeão Mundial de GT2;
- 2001 - 4º Classificado das 24H de Le Mans;
- 2001 - Vencedor das 24H de Nurburgring;
2002 - 5º Classificado das 24H de Le Mans;
- 2002 - Vencedor das 24H de Nurburgring;
- 2003 - 5º Classificado nas 24H de Spa;
- 2003 - Vencedor do campeonato Alemão V8 Star;
- 2004 - Vencedor das 24H de Nurburgring;
- 2005 - Vencedor das 24H de Nurburgring;
- 2006 - Vencedor do Campeonato Le Mans Endurance Series categoria GT1; 
- 2007 - 2º Classificado em Monza na categoria LMP1 no Endurance Series;
- 2007 - 1º Classificado em Valência na categoria LMP1 no Endurance Series;
- 2007 - Pole Position nas 24H de Le Mans;
- 2007 - 2º Classificado nas 24H de Le Mans;
- 2007 - 1º Classificado nos 1000 Km de Nurburgring;
- 2007 - Vencedor do Campeonato Le Mans Series LMP1;
- 2011 - 2º Classificado nas 24H de Le Mans;
- 2012 - Vencedor das 24H de Le Mans na categoria profissionais e amadores;
- 2012 - Vencedor das 6H de Shangai na categoria LM GTE AM.
Referências: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Lamy
http://www.lusomotores.com/index.php?option=com_content&view=article&id=30033:pedro-lamy-arranca-da-primeira-linha-no-japao&catid=355&Itemid=107

Tiago Monteiro (Porto, 24 de Julho de 1976)
As suas primeiras provas no "grande palco" do automobilismo mundial, foram realizadas em 1998 na Fórmula 3 em França (12º Lugar), na Fórmula 3 em Inglaterra (desistiu) e no Grande Prémio do Macau (desistiu).
Estreou-se na Fórmula 1 em 2004 como piloto de Testes da Minardi e correu o seu primeiro GP pela Equipa Jordan em 2005, mudando em 2006 para a Midland F1 Racing. 
Foi o primeiro Português a conseguir chegar ao Pódio de um GP de F1, quando foi o 3º classificado no GP dos EUA (Indianapolis) em 2005, 9ª prova do Campeonato. Nessa corrida ocorreu uma situação inédita que levou a que apenas 6 pilotos pudessem alinhar à partida, devido a uma falha de segurança dos pneus Michelin que equipavam parte dos carros nessa prova, tendo os  mesmos sido impedidos de alinhar à partida. Os únicos Pilotos que puderam competir foram Michael Shumacher e Rubens Barrichelo em Ferrari, Tiago Monteiro e Narain Karthikeyan pela Jordan e Patrick Friesacher e Christijan Albers pela Minardi.
No Pódio Shumacher foi 1º, Barrichelo 2º e Tiago Monteiro 3º.
Tiago Monteiro - 2014 FIA WTCC - Spa Francorchamps 
Em 2005, para além de ter obtido a melhor classificação de sempre de um Piloto Português na F1, distinguiu-se também pela sua grande regularidade em Pista, alcançando três registos notáveis:
- Primeiro estreante na F1 a concluir 16 provas consecutivas;
- Maior número de provas completadas numa mesma temporada, num total de 18;
"Rockie of the Year 2005", distinção atribuída pela "Revista Autosport". O Piloto que o sucedeu nesta distinção foi Lewis Hamilton
Em 2007, visto não ter conseguido um lugar numa equipa de F1, ingressa no Campeonato WTCC (World Touring Car Championship) pela Equipa Seat. Nesse ano conquistou as suas duas primeiras vitórias em WTCC, nas segundas mangas de Puebla e do Estoril. Em 2012 transferiu-se para a Equipa Honda.
Para além do Campeonato de WTCC, também tem participado em provas de resistência, das quais destacamos as 24H Le Mans:
- 1999 pela "Belmondo Racing" (GTS) em Chrysler Viper GTS-R , 6º lugar; 
- 2001 pela "Larbre Compétition" (GTS) em Chrysler Viper GTS-R, 4º lugar; 
- 2009 pela "Team-Oreca Matmut Aim" (LMP1) em Oreka 01-Aim, desistiu; 
- 2011 pela "France OAK Racing" em OAK Pescarolo 01 EVO-Judd (LMP1), desistiu; 
- 2015 pelo "Team by Kolles" (LMP1), foi excluído.
Como bons resultados de Tiago Monteiro, destacamos ainda:
- 2000 - 2º na Fórmula 3 (F3) em França;
- 2000 - 2º na Taça da Europa de F3;
- 2000 - 2º no Grande Prémio da Coreia;
- 2001 - 2º na F3 em França;
- 2001 - 5º nos "Mestres da F3";
- 2001 - 3º nas 24H Le Mans;
- 2004 - 2º no "World Series by Nissan;
- 2009 - 9º no WTCC;
- 2010 - 5º no WTCC;
- 2011 - 6º no WTCC;
- 2012 - 9º no WTCC;
- 2013 - 8º no WTCC;
- 2014 - 5º no WTCC;
- 2015 - 10º no WTCC;
- 2016 - 2º* no WTCC.
*Até à presente data (19-08-2016)
Finalmente, o último grande resultado de Tiago Monteiro aconteceu em 26 de Junho de 2016 quando venceu a corrida principal da Etapa de Vila Real do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCC). Partindo da Pole Position, Tiago Monteiro liderou durante as 14 voltas da Prova ao volante do seu Honda Civic e venceu a prova sem mácula. Yvan Muller em Citroen foi o 2º.

                                          Tiago Monteiro 1º WTCC Vila Real 2016
Com esta Vitória Tiago Monteiro venceu pela primeira vez a corrida principal da etapa de Vila Real do WTCC, ascendendo ao 2º lugar do Campeonato do Mundo com 143 pontos, sendo liderado pelo  Argentino José Maria Lopez da Citroen com 244 pontos.
                                          Tiago Monteiro 2016
https://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Pr%C3%AAmio_dos_Estados_Unidos_de_2005
http://www.lemans-history.com/portuguesesemlm.php
http://observador.pt/2016/06/26/tiago-monteiro-vence-corrida-principal-do-wtcc-em-vila-real/
http://www.jn.pt/desporto/galerias/interior/tiago-monteiro-teve-uma-enorme-alegria-em-vila-real-5250584.html

António Félix da Costa (Cascais, 31 de Agosto de 1991)
É a grande esperança Portuguesa para que venhamos a ter brevemente mais um Piloto Nacional na Fórmula 1. 
Atualmente é Piloto do Programa "Red Bull Junior Team", desde Junho de 2012. Em Janeiro de 2014 foi confirmado como Piloto da "BMW TEAM MTEK" no "Deutsche Tourenwagen Masters" (DTM) e, em Julho de 2014, foi confirmado que paralelamente iria participar na nova categoria da FIA, Fórmula E, para monolugares Elétricos, como Piloto da "Amlin Aguri". A sua estreia na "Fórmula E" aconteceu em Setembro de 2014. 
F1 - António Félix da Costa - Júnior F1
Como principais resultados obtidos de maior relevo destacamos:
- 2008 - 2º pela Equipa "Motorpark Academy", na Fórmula Renault 2.0 NEC;
- 2009 - 1º pela "Motorpark Academy", na Fórmula Renault 2.0 NEC;
- 2009 - 3º pela "Motorpark Academy", na Eurocup Fórmula Renault 2.0;
- 2010 - F1 - Teste de Jovens Pilotos na F1 pela "Force India";
- 2010 - 7º pela "Motorpark Academy" na Fórmula 3 Euroseries;
- 2010 - 6º pela "Carlin" no Grande Prémio de Macau (Fórmula 3);
- 2010 - Campeão Rockie da F3 Euroseries;
- 2011 - 13º pela "Status Grand Prix" no GP3 Series;
- 2011 - 9º pela "Ocean Racing Technology" no GP2 Abdu Dhabi ;
- 2011 -  13º pela "Status Grand Prix" na Fórmula 3 Britânica;
- 2012 - F1 - Teste de Jovens Pilotos na F1 pela Red Bull;
- 2012 - 4º pela "Arden Caterham" na Fórmula Renault 3.5 Series;
- 2012 - 3º pela "Carlin" no GP3 Series;
- 2012 - 1º pela "Carlin" no Grande Prémio de Macau (Fórmula 3);
- 2013 - F1 - Teste de Jovens Pilotos na F1 pela Red Bull;
- 2013 - 3º pela "Arden Caterham" na Fórmula Renault 3.5 Series;
- 2014 - 21º no Campeonato de DTM (primeira participação);
- 2015 - 8º na Fórmula E com uma Vitória;
- 2015 - 11º no DTM, com uma vitória, uma "pole position" e 3 Pódios;
- 2016 - FIA Fórmula E - Em 10 de Agosto de 2016 foi anunciado que António Félix da Costa assinou com a conceituada Equipa Norte Americana Andretti Autosport.
Referências: http://www.redbull.com/pt/pt/motorsports/athletes/1331600641135/ant%C3%B3nio-f%C3%A9lix-da-costa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_F%C3%A9lix_da_Costa

24 Horas de Le Mans
                                1923 - 24 Heures Le Mans
É a mais antiga e a mais prestigiada corrida de resistência para carros desportivos e protótipos. É também a principal prova do Campeonato do Mundo de Endurance da FIA e por se tratar de uma corrida de resistência com uma forte carga histórica e emocional na qual homens e máquinas são testados ao limite, o "Circuit de la Sarthe" é o palco de uma das mais fascinantes provas de automobilismo do Planeta, as "24 Horas de Le Mans". 

A primeira Edição da Prova realizou-se em 1923 e o primeiro Português a participar foi Carlos Manuel Reis em 1960. A segunda participação de um Português nas 24 Horas de Le Mans foi Nicha Cabral em 1972. 
O ano de 1997 constitui definitivamente um marco na participação de Pilotos Portugueses na Mítica Prova, pois a partir daí, em todos os anos no mês de Junho, têm estado presentes um ou mais pilotos Portugueses que mantêm vivo e celebram o ritual de participar / competir no maior evento mundial do automobilismo de estrada. Em Junho de todos os anos, Le Mans torna-se num local de culto e de "peregrinação" para pilotos e apaixonados por carros de velocidade de todo o mundo.
Os carros que participam na Mítica Corrida, dividem-se em quatro categorias:
- LMP1 (Le Mans Protótipos 1);
- LMP2 (Le Mans Protótipos 2);
- LM GTE Pro (Gran Turismo Endurance - pilotos profissionais);
- LM GTE Am (Gran Turismo Endurance  - pilotos amadores com um profissional).
Pedro Lamy é o Português que até hoje obteve as melhores classificações na Prova, sendo de destacar o 2º Lugar nos anos de 2007 e em 2011, na principal categoria, LMP1. Os Portugueses que até hoje participaram nas 24 Horas de Le Mans foram:
Piloto
Ano
Equipa
Carro
Classificação
Carlos Manuel Reis
1960
Automobili Stanguellini
Stanguellini Bialbero 740
Abandono
Nicha Cabral
1972
Ecurie Bonnier Switzerland
Lola T 280
Abandono
Manuel Melo Breyner
1997
Rook Racing Intl. Motorsport
Porshe 911 GT2
11º (3º GT2)
Pedro Lamy
1997
Shubel Engeneering
Porshe 911 GT1
5º (3º GT1)
Pedro Mello Breyner
1997
Rook Racing Intl. Motorsport
Porshe 911 GT2
11º (3º GT2)
Tomaz Mello Breyner
1997
Rook Racing Intl. Motorsport
Porshe 911 GT2
11º (3º GT2)
Gonçalo Gomes
1998
Chamberlain Engeneering
Chrysler Viper GTS-R
21º (7º GT2)
Manuel Melo Breyner
1998
Chamberlain Engeneering
Chrysler Viper GTS-R
21º (7º GT2)
Manuel Monteiro
1998
Estoril Racing Comunication
Porshe 911 GT2
Abandono
Michel Monteiro
1998
Estoril Racing Comunication
Porshe 911 GT2
Abandono
Ni Amorim
1998
Chamberlain Engeneering
Chrysler Viper GTS-R
21º (7º GT2)
Pedro Lamy
1998
Societé Viper Team Oreca
Chrysler Viper GTS-R
13º (2º GT2)
Manuel Melo Breyner
1999
Cica Team Oreca
Chrysler Viper GTS-R
15º (4º LMGTS)
Manuel Monteiro
1999
Estoril Racing Comunication
Porshe 911 GT2
Abandono
Michel Monteiro
1999
Estoril Racing Comunication
Porshe 911 GT2
Abandono
Ni Amorim
1999
Hugh Chamberlain Engeneering
Chrysler Viper GTS-R
14º (3º LMGTS)
Pedro Lamy
1999
AMG Mercedes
Mercedes-Benz CLR
Abandono
Pedro Melo Breyner
1999
Cica Team Oreca
Chrysler Viper GTS-R
15º (4º LMGTS)
Tiago Monteiro
1999
Paul Belmondo Racing
Chrysler Viper GTS-R
17º (6º LMGTS)
Tomás Melo Breyner
1999
Cica Team Oreca
Chrysler Viper GTS-R
15º (4º LMGTS)
Ni Amorim
2000
Viper Team Oreca
Chrysler Viper GTS-R
9º (2º LMGTS)
Luís Marques
2001
Luc Alphand Adventures
Porshe 911 GT3-RS
17ª (8º LMGT)
Ni Amorim
2001
Viper Team Oreca
Chrysler Viper LMP 2001
Abandono
Pedro Lamy
2001
Team Playstation
Chrysler Viper LMP 2001
4º (3º LMP 900)
Tiago Monteiro
2001
Larbre Compétition
Chrysler Viper GTS-R
20º (4º LMGTS)
Miguel Ramos
2002
RML
Saleen S7-R
23º (5º LMGTS)
Pedro Lamy
2002
Playstation Team ORECA
Dallara LMP 02
5º (4º LMP 900)
Pedro Matos Chaves
2002
RML
Saleen S7-R
23º (5º LMGTS)
Luís Marques
2003
Scorp Motorsport
Chrysler Viper GTS-R
Abandono
Pedro Matos Chaves
2003
Graham Nash Motorsport
Saleen S7-R
22º (6º - LMGTS)
João Barbosa
2004
Rollcentre Racing
Dallara
Abandono
João Barbosa
2005
Rollcentre Racing
Dallara DO02 Oreca
16º (5º LMP1 – LMP 900)
Miguel Ramos
2005
BMS Scuderia Italia
Ferrari 550 Maranello Prodrive
Abandono
Ni Amorim
2005
Noel Del Bello
Courage C65
Abandono
Pedro Lamy
2005
Aston Martin Racing
Aston Martin DBR 9
Abandono
João Barbosa
2006
Rollcentre Racing
Radical SR9
2º (5º LMP2)
Miguel Pais do Amaral
2006
Chamberlaine – Sinergy Motorsport/ ASM
Lola B05/40
Abandono
Pedro Lamy
2006
Aston Martin Racing
Aston Martin DBR 9
10º (5º LMGT1)
João Barbosa
2007
Rollcentre Racing
Pescarolo 01
4º (4º LMP1)
Miguel Pais do Amaral
2007
Quifel - ASM Team
Lola B05/40
Abandono
Pedro Lamy
2007
Team Total Peugeot
Peugeot 908 HDI FAP
2º (2º LMP1)
João Barbosa
2008
Rollcentre Racing
Pescarolo 01
11º (10º LMP1)
Miguel Pais do Amaral
2008
Quifel - ASM Team
Lola B05/40
20º (4º LMP2)
Pedro Lamy
2008
Team Total Peugeot
Peugeot 908 HDI FAP
5º (5º LMP1)
João Barbosa
2009
Pescarolo Sport
Pescarolo 01
8º (8º LMP1)
Manuel Rodrigues
2009
JMB Racing
Ferrari 430 GT
29º (8º LMGT2)
Miguel Pais do Amaral
2009
Quifel - ASM Team
Ginetta 095
Abandono
Pedro Lamy
2009
Team Total Peugeot
Peugeot 908 HDI FAP
6º (6º LMP1)
Tiago Monteiro
2009
Team Matmut Oreca AIM
Courage LC70E
Abandono
Manuel Rodrigues
2010
Kolles
Audi R 19 TDI
Abandono
Miguel Pais do Amaral
2010
Quifel - ASM Team
Ginetta Zytec 09S/2
20º (7º LMP2)
Pedro Lamy
2010
Team Total Peugeot
Peugeot 908 HDI FAP
Abandono
João Barbosa
2011
Level 5 Motorsport
Lola B11/80 Coupe
10º (3º LMP2)
Manuel Rodrigues
2011
JMB Racing
Ferrari F430 GTC
27º (4º LM GTE Am)
Miguel Pais do Amaral
2011
Quifel - ASM Team
Zytec 09 SC
Abandono
Pedro Lamy
2011
Team Total Peugeot
Peugeot 908 HDI FAP
2º (2º LMP1)
Rui Águas
2011
AF Corse
Ferrari 458 Italia
Abandono
Tiago Monteiro
2011
OAK Racing
OAK Pescarolo 01
Abandono
Manuel Rodrigues
2012
JMB Racing
Ferrari 458 Italia
32ª (7º LM GTE Am)
Pedro Lamy
2012
Larbre Competition
Chevrolet Corvette C6 ZR1
20º (1º LM GTE Am)
Rui Águas
2012
AF Corse
Ferrari 458 Italia
31º (6º LM GTE Am)
Manuel Rodrigues
2013
Larbre Competition
Chevrolet Corvette C6 ZR1
41º (11º LM GTE Am)
Pedro Lamy
2013
Aston Martin Racing
Aston Martin Vantage V8
Abandono
Rui Águas
2013
Stars Motorsport
Ferrari 458 Italia
37º (10º LM GTE Am)
Álvaro Parente
2014
RAM Racing
Ferrari 458 Italia
Abandono
Filipe Albuquerque
2014
Audi Sport Team Joest
Audi R18 E-Tron Quattro
Abandono
Pedro Lamy
2014
Aston Martin Racing
Aston Martin Vantage V8
26 (6º LM GTE Am)
Filipe Albuquerque
2015
Audi Sport Team Joest
Audi R18 E-Tron Quattro
7º (7º LMP1)
João Barbosa
2015
Krohn Racing
Ligier JS P2
32ª (12º LMP2)
Pedro Lamy
2015
Aston Martin Racing
Aston Martin Vantage V8
Abandono
Rui Águas
2015
AF Corse
Ferrari 458 Italia
26º (4º LM GTE Am)
Tiago Monteiro
2015
Team Bykolles
CLM P1/01
Excluído
Filipe Albuquerque
2016
RGR Sport by Morand
Ligier JS P2
15º (10º LMP2)
João Barbosa
2016
Krohn Racing
Ligier JS P2
22º (13º LMP2)
Pedro Lamy
2016
Aston Martin Racing
Aston Martin Vantage
Não Classificado
Rui Águas
2016
AF Corse
Ferrari 458 Italia
27º (2º LM GTE Am)
Portugueses nas 24 Horas de Le Mans 

O recorde de vitórias individuais por piloto, é detido pelo Dinamarquês Tom Kristensen com 9 vitórias e o recorde por construtores é detido pela Porshe com 18 vitórias. A primeira vitória da Porshe na Prova foi no ano de 1970 com o 917K.

O Circuito tem uma extensão de 13 650 metros, usa parte do Circuito Bugatti mas a sua maior extensão coincide com a estrada nacional.
A reta das Hunaudières com uma extensão de 5 Km, em 1990 foi dividida em 3 segmentos, através da construção de duas chicanes como medida de segurança.
Antes da construção das chicanes, os protótipos por vezes rodavam nas Hunaudières a velocidades próximas dos 400 km hora, o que gerava o risco de que os carros que apresentavam uma menor carga aerodinâmica, pudessem "levantar voo". 
Por outro lado, quando os carros rodavam a velocidades próximas dos 400 Km/h, os pneus eram submetidos a pressões muito intensas que os levavam a deformações extremas e ao rebentamento se não estivessem em boas condições. Por curiosidade, o recorde estabelecido nas Hunaudières foi registado em 1988 por um WM-Peugeot com 405 Km/h.
Em 1983, o Britânico Derek Bell em Porshe 956 já atingia os 400 Km/h nas Hunaudières.
Derek Bell - 1983 Le Mans - Rothmans Porshe 956
Em 1999, já depois da construção das  chicanes, Peter Dumbreck quando rodava a cerca de 300 Km/h apanha um valente susto em Le Mans, possivelmente devido a uma falha no 
 apoio aerodinâmico do Mercedes CLR GT1 que era a versão desse ano. 
                                                       Peter Dumbreck - Le Mans 1999 - Mercedes CLR GT1
Felizmente que Dumbreck não sofreu ferimentos, tal como Mark Weber que durante as voltas de qualificação para a mesma prova, também já tinha "levantado voo" com o seu CLR. Após o acidente de Dumbreck, como forma de prevenção, a Mercedes resolve retirar de prova o terceiro carro da Equipa.

Porshe 917, Carro Histórico nas 24H de Le Mans
No final dos anos 60, as provas de resistência eram sobretudo dominadas pelos Ford GT40, Lola G70 e também Ferrari até 1965. Por essa altura, a FIA procurou aumentar a competitividade na Prova e reduzir o domínio das marcas habituais. Para o efeito, se até aí um carro só era homologado pela FIA se existissem no mínimo 50 unidades do modelo, essa obrigatoriedade foi reduzida na altura para 25 unidades. Assim, a Porshe que até aí ainda não tinha vencido qualquer edição de Le Mans, resolve avançar com o lançamento de um novo carro de competição em 1968, com o lançamento do 917 que era uma evolução do 908. A divisão de produção da Porshe em 1965 já tinha produzido 25 protótipos e assim seria mais fácil participar na principal categoria de Le Mans, implementar a estratégia de correr com um novo modelo mais competitivo e ao mesmo tempo poderiam vender algumas unidades a equipas independentes, com vista a obter algum retorno do investimento. 
Quando faltavam apenas 10 meses para o início da época de 1968, começaram o desenvolvimento do novo carro a partir do Modelo 908. 
                                          Porshe 908
A prioridade era o baixo peso e por esse motivo o chassi foi reconstruído em alumínio e pesava apenas 42 Kg, sendo assim mais leve do que o 908, mas também mais fraco. Por esse motivo, de modo a identificar quebras na estrutura, o chassi "space frame" foi preenchido com gás pressurizado. Se por um lado a redução do peso melhorava o desempenho do carro, por outro tornava-o mais frágil. O motor era um flat-12 de 4.5 litros arrefecido a ar (uma evolução do 8 cilindros em linha do Porshe 908) aspiração natural e 580 cv de potência. Para o arrefecimento do  óleo do motor e mantendo a prioridade do baixo peso, foi concebido um sistema que utilizava os tubos da estrutura do próprio carro para conduzir o óleo até ao radiador dianteiro. A traseira do 917 era destacável, permitindo à Equipa realizar os devidos acertos.
A menos de 10 meses para desenvolver o carro completo, incluindo o motor, "quando os fiscais da FIA visitaram a fábrica,eles encontraram apenas três 917 completos, 18 montados e sete em pedaços. O chefe da Porshe na época, Ferdinand Piech, tentou, sem sucesso, convencer a entidade a homologar os carros, mas as regras eram claras: 25 carros funcionando ou nada feito. Em apenas três semanas, a Porshe consegue terminar os carros e apresentou os 25 exemplares alinhados em frente à fábrica. Como eles conseguiram isso? Alguns carros foram maquinados para parecer terminados: havia pinças de freio de madeira, peças coladas, motores sem miolo, etc. Piech até ofereceu um test drive aos fiscais da FIA , mas eles recusaram. Mesmo assim o jeitinho alemão funcionou e o 917 foi homologado."
                                         1968 - Porshe 917
No entanto, logo de início o comportamento aerodinâmico do carro era um desastre e até os pilotos profissionais se recusavam a conduzi-lo. Entretanto "os engenheiros descobriram mais tarde que a cauda longa do carro gerava sustentação positiva - o que afeta a estabilidade  direcional do carro, deixando a traseira solta, como se quisesse passar a frente do carro - e retrabalharam a aerodinâmica do modelo para as retas mais longas da temporada, como em Spa, Monza e Le Mans."
Referência: http://www.flatout.com.br/lendas-de-le-mans-a-historia-do-917-k-o-primeiro-porsche-a-conquistar-as-24-horas/

A primeira participação do Porshe 917 em Le Mans foi em 1969 e começou com a obtenção do melhor tempo nos treinos. No entanto, nessa altura a  partida clássica em Le Mans era feita com os pilotos a correrem para os carros e, logo na primeira volta, a aerodinâmica desastrosa do carro, aliada à pouca experiência do piloto e também ao facto de John Wolfe não ter colocado logo o cinto de segurança devido ao tipo de partida, tornaram fatal o despiste que se seguiu em "Maison Blanche".
                                          Partida em Le Mans 1969
Após o acidente fatal de John Wolfe, a FIA proibiu a partida precedida de corrida para o carro.
Em 1969 a vitória sorriu à dupla Jacky Yckx e Jackie Oliver em Ford GT 40. 
Em 1970 a Porshe alcançou a sua primeira vitória em Le Mans com o 917 de 4.5 litros. A dupla de pilotos era composta pelo Alemão Hans Herrmann e pelo Britânico Richard Attwood. 
Em 1971 o Porshe 917 K, desta vez com um motor de 4.9, repete a vitória, tendo como pilotos o Austríaco  Helmut Marko e o Holandês Gijs Van Lennep. Nesta Edição de 1971 realizam um feito histórico ao bater o recorde da distância máxima percorrida durante uma Prova das 24H de Le Mans. Durante décadas, o melhor registo da Prova pertenceu ao Porshe 917K de Helmut Marko e Gijs Van Lennep  que em 1971, quando a reta Hunaudières ainda não tinha as chicanes, percorreu 5335 Km à média de 222,304 Km/h.
                                          Le Mans 1971 - Porshe 917
O recorde só foi batido pelo Audi R15 TDi em 2010, designado como carro #9 que completou um total de 397 voltas e percorreu uma distância de 5410,713 Km.
O Porshe 917 era um carro fantástico nos resultados desportivos, mas provavelmente demasiado rápido para a época, uma vez que nessa altura, o desenvolvimento tecnológico dos carros ao nível da segurança e apoio aerodinâmico, ainda estava alguns anos atrás das prestações de motor e velocidade do 917. 
No final da Época de 1971, a FIA decidiu terminar com a categoria "Sport" na qual se enquadrava o Porshe 917, o que ditou o fim do Carro na Prova. Nos anos seguintes, a Porshe só participou com versões modificadas do 911, mas em 1976 participa com o novo protótipo 936 e vence com o Belga Jacky Yckx e o Holandês Gijs Van Lennep.
Referência: http://www.flatout.com.br/lendas-de-le-mans-a-historia-do-917-k-o-primeiro-porsche-a-conquistar-as-24-horas/
LT

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