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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Governo de Passos Coelho Trava TGV mas Encontra uma Solução bem mais Barata e Vantajosa

Suspensão da construção do TGV

Portugal vai ter um comboio moderno de velocidade elevada para a Europa, não é o TGV e tem um preço de construção bem mais em conta (quatro vezes mais barato do que o TGV)
Já é definitivo! Construção do TGV foi suspensa!
Pedro Passos Coelho anunciou ontem que o Projeto de construção da linha de TGV foi abandonado e substituido por um outro Projecto bem mais barato e mais vantajoso, sobretudo para as empresas nacionais que exportam para a Europa.

1- Recordamos o essencial do Projeto de Construção do TGV proposto pelo anterior Governo de José Sócrates:

1.a) Construção de 4 linhas paralelas. Duas das linhas iriam servir para o TGV de passageiros, funcionando uma linha para cada sentido. As outras duas linhas serviriam para o transporte de mercadorias, funcionando igualmente uma em cada sentido.

1.b) As linhas seriam construídas em Bitola Ibérica. Ou seja, as mercadorias exportadas para a Europa, caso fossem transportadas pelo TGV de mercadorias, apenas poderiam chegar a Espanha, porque a bitola fora da Penísula Ibérica é diferente, ou seja, existe uma maior distância entre os carris da linha Portguesa e Espanhola, em comparação com o resto da Europa. Isto obriagaria a que todas as mercadorias expedidas de Portugal para fora da Penísula Ibérica, teriam que mudar de comboio em frança, o que é uma operação algo demorada e muito cara, o que significaria um acréscimo de custos de transporte significativo.

1.c) A velocidade máxima do TGV é de 350 KM hora.


2 - Agora recordamos o novo Projeto que o Governo de Pedro Passos Coelho propõe:

2.a) O Projeto custa 1/4 do que o previsto para o TGV e trata-se de um combio que, apesar de não ser TGV, é também de alta velocidade;

2.b) A União Europeia vai financiar o Projeto, da mesma forma que financiaria o TGV;

2.c) Apenas serão necessárias duas linhas paralelas, em vez das 4 linhas para o TGV. Cada uma das linhas vai ser utilizada pelo comboio de transporte de passageiros, assim como pelo transporte de mercadorias, funcionando uma linha em cada sentido;

2.d) A aposta no transporte de mercadorias e agora maior do que era no TGV;

2.e) É um comboio talvez mais confortavel que o TGV e atinge a boa velocidade máxima de 250 Km hora, sendo apenas mais lento que o TGV em cerca de meia hora, numa ligação de Lisboa/Madrid;

2.f) E para terminar, uma novidade muito importante que o TGV não contemplava: A linha será construida em Bitola Europeia, o que siginifica que as mercadorias podem ser diretamente transportadas a partir de Portugal, para qualquer ponto da Europa, sem ter que se fazer o transbordo quer de mercadorias, quer de passageiros, em Espanha, o que será muito mais barato, sobretudo no transporte de mercadorias.

Tirem as vossas conclusões...

4 comentários:

Marques Correia disse...

A investir num comboio de alta velocidade o mais importante é a qualidade da linha do que o tipo de comboio que vai ser utilizado. Se não for utilizado o TGV agora não quer dizer que no futuro não se já possível substituir as máquinas e passar a ser utilizado o TGV ou até comboios mais modernos.

A questão fundamental é a qualidade da linha. A linha é definitiva e o mais caro. É fulcral para o pais que haja o máximo rigor e o melhor aproveitamento do que for construído. A linha que recebe esse tal comboio inferior ao TGV, bem proporcionada também tem de ter capacidade para receber o TGV com elevado desempenho.

Relembro as linhas actuais de Portugal. Um caminho de ferro envelhecido e completamente desactualizado. Os comboios neste momento são subaproveitados, por exemplo o Alfa Pendular que poderia gastar muito menos tempo entre Lisboa e Porto e que acaba por demorar apenas menos 40min que o Intercidades. Tudo porque a linha não permite que o comboio circule perto da sua velocidade máxima (220km/h) durante grande parte do percurso.

Quanto à proposta parece que as 4 linhas pretendidas pelo governo de Sócrates era claramente excessivas. O transporte de passageiros não vai ter uma afluência significativa que justifique a criação de linhas exclusivas para passageiros. Parece-me mais uma evidente forma de gastar dinheiro em obras-públicas para financiamento de terceiros e dos próprios políticos.

Do texto não consegui perceber a questão das bitolas. Se em Espanha é usada a bitola ibérica e se, segundo o texto, seria necessário o transbordo da carga do comboio português para outros que circulassem em bitola europeia, pergunto: o que acontece com as exportações espanholas? Os seus comboios que circulam em bitola ibérica não podem sair do país?
Os comboios portugueses que queiram passar para o resto da Europa têm de passar por Espanha, logo estão dependentes da bitola usada nesse país.

Deviam esclarecer melhor essa questão.

THEBESTS2010 disse...

Caro Marques Correia,
Obrigado pelo seu comentário que em muito contribuiu para o enriquecimento desta publicação.

Quanto à questão que coloca sobre a Bitola da Linha de Caminho de Ferro Ibérica, ou seja, distância entre os carris das Linhas de Caminho de Ferro de Portugal e Espanha, acontece que essa Bitola é diferente do resto da Europa, ou seja, a distância entre carris em Portugal e Espanha é maior do que nos restantes Países Europeus. Esta situação obriga a que as mercadorias transportadas por comboio, quer sejam provenientes de Portugal, assim como de Espanha, quando chegam à Fonteira entre Espanha e França, têm que mudar para uma linha e comboio de Bitola Europeia (distância entre carris mais curta).
Para que o novo comboio Poruguês de alta velocidade possa circular em Espanha em linha de Bitola Europeia e não Ibérica, é necessário que Espanha aceite fazer um acordo com Portugal em que os Espanhóis se comprometam a construir também uma nova linha de caminho de ferro em Bitola Europei.
Não posso precisar, mas provavelmente o facto de Portugal e Espanha terem uma bitola de linha férrea diferente do resto da Europa, deverá ter a ver com algum receio de uma nova vaga de invasões francesas, só que utilizando a linha de caminho de ferro. Não nos esqueçamos que quando as primeiras linhas de caminho de ferro foram construídas na Peníssula Ibérica, as invasões Francesas tinham ocorrido há escassas décadas e ainda deveriam estar bem presentes na memória colectiva do povo da época.

Marques Correia disse...

Obrigado Teixeira Pina pelo seu feedback

Mais tarde procurei mais informação sobre o assunto e soube que Espanha também estaria interessada em fazer linhas em bitola europeia. Só assim faz sentido.

THEBESTS2010 disse...

Caro Marques Correia,
Disponha sempre. O seu contributo é importante para nós.
É com a partilha de informação relevante e com o debate profícuo que se constrói conhecimento.