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domingo, 8 de maio de 2011

“Se soubesse como o país ia ficar, não fazia a revolução", diz Otelo Saraiva de Carvalho – Falhanço da Monarquia vs Falhanço da Republica

Otelo Saraiva de Carvalho, antigo militar e uma das principais caras do 25 de Abril, diz que, "Se soubesse como o país ficava não tinha feito a revolução".
Embora, após o 25 de Abril, e como o resultado da revolução talvez não tenha sido o que mais esperava, tenha organizado (conjuntamente com outros que nunca vieram à baila) uma organização terrorista (FP25), que operou entre 1980 - 1987, destruindo as vidas de algumas famílias (Por isso mesmo foi julgado e condenado), esses mesmos actos, extremamente condenáveis, não lhe retiram o direito de lhe ser reconhecido o mérito que teve no sucesso da revolução de Abril.
Otelo disse ainda que, "Quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir. Há 37 anos, essa reacção foi o movimento de capitães".
Também agora, perante as desgraças que afligem a grande maioria dos Portugueses, Otelo Saraiva de Carvalho, não tem duvidas em afirmar que, uma hipotética intervenção  dos militares, só poderia acontecer caso se venham a verificar mexidas nas suas regalias.
Diz ainda que “os militares pertencem à classe burguesa, estão bem, estão bem instalados, têm o seu vencimento, vão para fora e ganham ajudas de custo, são voluntários e os que estão reformados ainda não viram a sua reforma diminuída". O que demonstra o "GRANDE SENTIMENTO PATRIOTA" que move estes senhores.
Gostaríamos de continuar a acreditar que não foram estes pensamentos MESQUINHOS e imorais que estiveram  por de trás do 25 de Abril, como transcrito no documento do MFA.
Assim como gostaríamos de acreditar que, os ideais do inicio do Sec. XX, que levaram todos aqueles Portugueses a destituírem a Monarquia constitucional, por  esta se encontrar PODRE E DESCRENTE das suas obrigações, seriam os mais nobres e democráticos possíveis.
Mas, como infelizmente se tem verificado em muitas situações, nos mais diferentes países, após a confusão surgem sempre os ABUTRES que se aproveitam dos espólios em proveito próprio, deturpando e destruindo os nobres ideais que estão por detrás das causas.
Sem duvida, são acções e pensamentos destes que formigam nos países do 3º mundo, onde o egoísmo e o desinteresse social levam a que, uma pequena minoria da população, enriqueça desmesuradamente, enquanto que, a maioria do POVO, vive em condições precárias ou mesmo miseráveis.
Por isso, acreditamos que, em Portugal, os NOBRES IDEAIS, que estiveram por detrás da implantação da Republica e do 25 de Abril, foram deturpados devido á intervenção de uma cambada de Abutres (canalhas sem escrúpulos) que, havidos de protagonismo e riqueza fácil, permaneceram nas sombras, tendo surgido após as revoluções, para se apoderem do poder, em proveito próprio e dos amigos.  
Esses canalhas, têm feito com que, Portugal tenha sido, ao longo de mais de 1 século, um País Corrupto, Desigual e Tremendamente Injusto para com os cidadãos Honestos e Trabalhadores! Senão vejamos:
1 - A Republica Portuguesa foi implantada a 5 de Outubro de 1910, com a queda da Monarquia Constitucional devido, principalmente, a:
  •  Ultimato Inglês – Ultimato feito por Inglaterra a Portugal, exigindo a retirada imediata das forças militares portuguesas mobilizadas nos territórios entre Angola e Moçambique;
  • Crise Económica - O país estava cada vez mais pobre e endividado. A vida tornava-se cada vez mais difícil, com a subida dos preços. Trabalhava-se 12 a 14 horas por dia nas cidades, com baixos salários. E de sol a sol, nos campos, com salários de miséria. A classe média, os operários e os trabalhadores rurais enfrentavam  grandes dificuldades. Só os ricos viviam bem;
2 - Primeira República (1910-1926) - Foram 16 anos de autentica instabilidade politica, onde existiram 8 presidentes da Republica e 45 governos e onde se verificaram atentados e assassinatos, nas mais altas esfera do poder, que só terminaram com a implantação da ditadura, a 28 de Maio de 1926;
Razões do insucesso da 1ªRepublica:
  •  A entrada de Portugal na 1ª Grande Guerra: Além de todas as baixas apresentadas, constituiu ainda uma enorme despesa para o Estado, reflectindo-se numa Inflação Galopante, na Desvalorização da Moeda e num Aumento Assombroso dos Preços, cujo ritmo não era acompanhado pela Subida dos Salários;
  • O Défice Orçamental: As despesas do Estado excediam, largamente, as Receitas, levando-o a recorrer a sucessivos Empréstimos, cujos Juros se revelavam mais elevados dos que aquilo que o Estado poderia suster;
  • A Instabilidade Política: As sucessivas mudanças de Governo, não permitiam a resolução da degradante situação económico-financeira, fomentando assim a agitação socia;
3 - Ditadura militar (1926-1933) - Inicia-se com o golpe militar de 28 de Maio, que põe termo ao regime democrático parlamentarista (por ordem dos militares chegados ao poder, o Parlamento é encerrado a 31 de Maio). Trata-se de um período conturbado, que continua a instabilidade política típica dos últimos anos da República derrubada.
4 - Estado Novo (1933-1974) - Regime político instituído sob a direcção de António de Oliveira Salazar, e que vigorou em Portugal sem interrupção, embora com alterações de forma e conteúdo, desde 1933 até 1974.
5 - 25 de Abril - Conhecida como a revolução dos cravos, refere-se a um período da história de Portugal resultante de um golpe de Estado militar, ocorrido a 25 de Abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático, com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de Abril de 1976.
  •  As razões prendiam-se, principalmente, com  o problema do ultramar e com as enormes desigualdades sociais que se verificavam.
    6 - 08-05-2011 – 37 anos após o 25 de Abril e após a implantação do regime” democrático”, a 25 de Abril  1976, conclui-se, com muita pena que, a situação económica, social e politica em Portugal, tem vindo a degradar-se  drasticamente (principalmente nos últimos 15 anos e acima de tudo, nos últimos 6 anos), atingindo, neste momento, um nível de gravidade, DEVERAS PREOCUPANTE (que deveria envergonhar qualquer Português Patriota), com:
    •  A Maior Divida Externa de todos os tempos;
    • A Maior Taxa de Desemprego de todos os Tempos;
    •  A maior diferença social de todos os tempos;
    •  O maior numero de pobres de todos os tempos;
    • O Maior numero de crianças a passar fome de todos os tempos;
    • A Maior taxa de Corrupção de todos os tempos;
    • Novas Medidas de Austeridade que ainda reforçaram mais essas diferenças;
    • ….
    A situação actual de Portugal, à semelhanças das situações verificadas a 5 de Outubro de 1910, 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de 1974, reúne todas as condições, para que ocorram, cada vez mais, tumultos populares, podendo vir a originar uma nova Revolução.
    De facto, os últimos 37 anos, à semelhança de períodos anteriores, foram de uma degradação total, ao nível de autêntico pais de 3º mundo, com uma pequena percentagem de pessoas (que surgiram das sombras, após as revoluções) a enriquecer desmesuradamente enquanto, o resto da população, ia vivendo iludida sem se aperceber que empobrecia a nível financeiro, social e cultural;
    Realmente, 101 anos e 37 anos depois, as razões que levaram à queda da Monarquia e do Estado Novo em Portugal, continuam a ser as razões que justificam o FALHANÇO ABSOLUTO da Republica em Portugal.
     José António Vilaverde

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