37º Aniversário da Revolução dos Cravos - 25 de Abril de 1974
Otelo Saraiva de Carvalho foi um dos Capitães responsáveis pela Revolução dos Cravos, a Revolução do 25 de Abril de 1974.
Otelo Saraiva de Carvalho foi assim um dos Capitães de Abril responsáveis pela queda da Ditadura do Estado Novo, pela queda da Ditadura dos Regimes de Salazar e Marcelo Caetano.
Otelo Saraiva de Carvalho foi na manhã de hoje entrevistado em Belém para a RTP 1, antes dos discursos dos quatro Presidentes da República da Democracia Portuguesa.
Relatamos o essencial que retivemos dessa pequena entrevista:
Jornalista: O Senhor disse há poucos dias que se soubesse que hoje Portugal se ia encontrar na actual situação de gave crise financeira, económica e social, não faria o 25 de Abril. O que tem a dizer sobre isto?
Otelo saraiva de Carvalho (OC): As minhas palavras foram deturpadas e a minha afirmação não foi assim. Hoje voltaria a fazer de novo o 25 de Abril e a fazer todos os 25 de Abril.
OC: A minha ambição de Jovem era derrubar o Salazar. Hoje, tendo em conta a actual situação que Portugal está a viver, um Salazar, desde que fosse um Salazar de esquerda, seria talvez melhor solução do que a situação actual.
OC: Quase todos os dias sou abordado na rua por pessoas que me perguntam porque não faço um novo 25 de Abril e me dizem que devia fazer um segundo 25 de SAbril.
Jornalista: E o senhor o que responde?
OC: Eu respondo que neste momento já sou velho e reformado e já não tenho a juventude de outrora necessária para empreender uma revolução.
THE BESTS: No discurso de Otelo Saraiva de Carvalho, um dos Capitães responsáveis pela Revolução do 25 de Abril em 1974, Otelo revela hoje muito desencanto e desilusão, atendendo à actual situação em que o País se encontra actualmente. 37 anos após a Revolução do 25 de Abril, numa altura em que a Democracia Portuguesa já deveria estar madura e experiente com a recolha de todos ensinamentos e experiência adquirida ao longo de 37 anos de Democracia, o País encontra-se agora em grave cise financeira, económica e social.
Após a entrada do FMI duas vezes em Portugal em 1977 e 1983, esperava-se que a Democracia Portuguesa tivesse aprendido bem a lição e que já não fosse preciso voltar a recorrer a ajuda do FMI, ainda por cima tendo em conta toda a ajuda e entrada de milhões em Portugal, provenientes dos fundos que entraram no País nos anos 80, 90 e 2000, provenientes em primeiro lugar da CEE e depois da União Europeia
Questão: Neste contexto, se hoje Portugal se encontra na actual situação, sobretudo de crise financeira económica e social grave, 37 anos depois do Revoluçãio dos Cravos do 25 de Abril, será que os desígnios do 25 de Abril foram cumpridos?
Na nossa opinão, esses desígnios não foram cumpridos, porque com 37 anos de experiência em Democracia e com toda a juda que veio da CEE e da União Europeia nos anos 80, 90 e 2000, Portugal deveria ser uma pujante, um País de riqueza e de abundância onde todos pudessemos usufruir de uma melhor qualidadde de vida e não um País à beira da "Banca Rota", ou seja, a beira da falência, com todos os problemas de carência social grave que daí decorrem.
Quem serão os culpados pela actual Crise financeira económica e social em que Portugal se encontra?
a) A Culpa de toda esta crise será em primeiro lugar dos políticos que tinham obrigação de gerir com inteligência, eficiência e eficácia todos os recursos do País (humanos, materiais, patrimoniais e financeiros), mas não o souberam fazer e o resultado está à vista.
O Governo deveria funcionar como uma orquestra conduzida por um maestro que dá o mote e consegue que tudo funcione em harmoniosa e em perfeita sintonia. No entanto, quando o maestro vive num mundo artificial, num mundo de ilusão, tal como um Dom Quixote que luta contra os "Moinhos de Vento", em vez de lutar contra os reais problemas do País, a orquestra não funciona ou funciona de forma desarticulada, sem harmonia e num perfeito caos.
b) Em segundo lugar, a culpa é de todos nós que elegemos e toleramos muitos políticos medíocres e incompetentes e que são os responsáveis principais pela actual situação de crise gravíssima em que o País se encontra.
Filipa Bragança
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