a) Resultado das Eleições Presidenciais:
- Cavaco Silva - 52,94% (2 230 104 votos);
- Manuel Alegre - 19,75% (831 959);
- Fernando Nobre - 14,1% (593 868);
- Francisco Lopes - 7,14% (300 840);
- Manuel Coelho - 4,5% (189 340);
- Defensor Moura - 1,57% (66 091).
- Votos Brancos - 4,26% (191 159).
- Votos nulos - 1, 93% (86 543).
- Abstenção de 53,37% (significa que mais de 5 milhões de Portugueses não foram votar. Muitas pessoas deslocaram-se para votar mas não o puderam fazer devido a complicações com o Cartão de Cidadão e o Número de Eleitor).
Fonte: in Portal do Eleitor
b) Caso as Eleições Legislativas fossem hoje, como seriam os resultados?
Segundo uma sondagem realizada pela “Intercampus- TVI” entre 10 e 15 de Dezembro de 2010, os resultados seriam:
- PSD - 41,6%;
- PS - 30,1%;
- BE - 10,7%;
- PCP - 8,8;
- CDS - 7,7%
Fonte: in Sondagem Intercampus/TVI
c) Interpretação dos resultados das eleições Presidenciais, com base nos resultados das Legislativas, caso se realizassem hoje...
- Cavaco Silva obteve 52,94% dos votos resultantes de: PSD 41,6% + CDS 7,7% = 49,3%.
- Tendencialmente os 3,64% que faltam viriam do PS. 49,3% + PS 3,64% = 52,95%.
- Manuel Alegre obteve 19,75% - Resultantes de PS 30,1% + 10,7% do Bloco de Esquerda (BE)= 40,8%
- 40,8% - 19,75% = 21,05% (nota: sobram 21,05% dos votos do PS e BE).
- Fernando Nobre obteve 14,1% - Votos provenientes essencialmente de parte do PS e BE que não se reviu em Manuel Alegre. Por sua vez, uma pequena percentagem do eleitorado PSD também terá votado em Fernando Nobre, em detrimento de Cavaco Silva, assim como uma aparte do eleitorado PS e BE que votou e Fernando Nobre e não se reviu em não se reviu em Manuel Alegre.
- Francisco Lopes obteve 7,7% - Resultantes do PCP 8,8%. Sobra 1,1% de Votos do PCP que terão sido distribuídos sobretudo pelos candidatos Fernando Nobre, Manuel Coelho e Defensor Moura.
- Manuel Coelho obteve 4,5% - Resultantes essencialmente do PS, BE e PCP mas com menor expressão.
- Defensor Moura 1,57 % - Resultantes essencialmente do PS, BE e PCP mas com menor expressão.
d) Comentários aos Resultados das Presidenciais
Cavaco Silva
O Candidato vencedor cumpriu a tradição e vai fazer um Segundo Mandato. Ultrapassou ligeiramente os 50,6% de votos que obteve há 5 anos e mais uma vez venceu na primeira volta. Apesar de ter obtido mais 1,3% do que no ano de 2006, obteve no entanto uma votação inferior em meio milhão de votos, o que se explica pelo facto de a abstenção ter sido agora maior do que há 5 anos atrás.
Pelos vistos os rumores sobre o caso Sociedade Lusa de Negócios (SLN)/BPN não lhe afectaram a votação bem como em relação a outros aspectos do seu Mandato anterior, como por exemplo, o excesso de tolerância segundo alguns, relativamente ao Governo Sócrates.
É ainda de sublinhar que Cavaco Silva por tradição obtém sempre votações superiores a 50 % dos votos, sendo a segunda vez que se verifica como candidato a Presidente da República e também já tinha acontecido nas legislativas em que foi 1º Ministro do PSD.
Como disse Sócrates no discurso na noite das Eleições Presidenciais, quando assume a derrota do seu Candidato Manuel Alegre, "Foi a opção do Povo Português pela estabilidade política!". Com estas palavras de Sócrates perante a vitória do adversário Cavaco Silva, é caso para nos interrogarmos se apoio do PS a Manuel Alegre representaria então o voto na instabilidade política?????
Manuel Alegre
O Candidato Alegre apresentava como trunfo um bom resultado obtido há 5 anos ligeiramente acima dos 20% e o facto de se anunciar como tendo uma Candidatura Supra Partidária, apesar de contar com o apoio PS e BE. Como aspectos menos positivos, a sua candidatura terá perdido o impacto de há 5 anos quando foi uma novidade e uma agradável surpresa para todos, a Candidatura do Deputado e Poeta Manuel Alegre.
Fernando Nobre
Sem estar preso a compromissos políticos, com um percurso meritório como Fundador e Presidente da AMI, é de registar o excelente resultado deste Candidato, tendo em conta que foi um Candidato Independente, o primeiro a concorrer sem o apoio de qualquer partido político. Como o próprio referiu, foi a candidatura da cidadania.
Não apresentou um Projecto Político e Económico claro para o país e o seu discurso centrou-se essencialmente na sua obra feita na AMI e no “chavão” da cidadania.
Não tendo currículo na política e apesar de não dominar a oratória floreada e ardilosa que é típica de um político experiente, a idoneidade que lhe é reconhecida, o seu discurso simples e acessível, a sua ousadia em entrar no mundo competitivo e hostil da política e, para além do mais, logo como Candidato ao mais alto Cargo Político da Nação, aliado ao seu Currículo de Cidadão exemplar com obra feita como médico e Fundador da AMI, conseguiu deste modo convencer o País, obtendo uns inesperados 14,1%. Se por um lado se deparou com muita resistência à sua entrada por parte de diversos sectores da política, por outro, tendo em conta os recursos e apoios de que dispunha, obteve um resultado surpreendente.
Caso volte a concorrer daqui por 5 anos, poderá vir a deparar-se com uma situação idêntica à de Manuel Alegre, ou seja, depois de ultrapassado o impacto positivo inicial, a votação mais tarde tenderá a descer. Contudo, como daqui por 5 anos os actores políticos serão outros….
Francisco Lopes
Este Candidato passou de ilustre desconhecido para alguém que teve o mérito de sair do anonimato, obtendo 7,7% dos votos do PCP, em 8,8% possíveis. Praticamente conseguiu colher os votos da quase totalidade do eleitorado do PCP, contrariando as expectativas pessimistas iniciais de muitos, bem como ao nível das sondagens.
Manuel Coelho
Foi injustamente subestimado e comparado ao Palhaço “Tiririca” do Brasil. Afinal Tiririca é um Brasileiro analfabeto que nada percebe de política. Pelo contrário, Manuel Coelho, apesar dos seus escassos meios e recursos, teve a ousadia de se candidatar ao mais elevado Cargo da Nação, para agitar as consciências e denunciar o que de pior se vai fazendo em Portugal no mundo da politica/economia.
Se o humor e sátira política do Candidato fossem da autoria do Bloco de Esquerda ou dos bonecos do Contra Informação, seria considerado arte e expressão dramática ao serviço do humor e da sátira política inteligente e oportuna.
Quem recorre ao uso de uma carro funerário que simbolicamente representa a morte da corrupção, a brincar e de uma forma criativa faz os seus reparos e deixa a sua mensagem.
Para a História ficam os 4,5% de votos no candidato e o resultado de 39% obtido na Madeira.
Este homem ainda pode vir a “dar que falar” na Madeira.
Defensor Moura
O candidato surgiu com um currículo de 16 anos como Presidente de Câmara de Viana do Castelo, gozando de prestígio na sua região pela obra feita.
Focalizou o discurso da sua campanha na denuncia de casos mal explicados na SLN/BPN. Apresentou ainda outras críticas, bem como algumas linhas de orientação para o País. No entanto não se conseguiu impor junto do eleitorado e não ultrapassou 1,5% dos votos.
Filipa Bragança
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