Ranking dos Gestores Nacionais mais bem pagos em Empresas Públicas (valores anuais)
Nº
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Nome e
Empresa
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Salário
anual
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Prémio
de
gestão/
acumulação de funções
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Outras
regalias
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Total
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1 º
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Fernando Pinto
Presidente da TAP
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420 000 €
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121 800 €
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82 522 €
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624 322 €
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2 º
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Francisco Bandeira
Presidente do BPN
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315 350 €
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198 220 €
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46 125 €
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559 695 €
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3 º
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Faria de Oliveira
Presidente da CGD
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371 000 €
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180 471 €
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551 471 €
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4 º
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Estanislau da Mata Costa
Presidente dos CTT
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200 200 €
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48 048 €
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88 414 €
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336 662 €
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5 º
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Guilherme Costa
Presidente da RTP
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250 050 €
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4264 €
|
254 314 €
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6 º
|
João Plácido Pires
Presidente da Parpública
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137 480 €
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97 838 €
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14 577 €
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249 896 €
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7 º
|
Carlos Costa – Governador do
Banco de Portugal
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243 211 €
|
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243 211 €
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8 º
|
José Amado Da Silva
Presidente da
Anacom
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233 857 €
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233 857 €
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9 º
|
Pedro da C. Serra
Presidente das
Águas de Portugal
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134 324 €
|
49 686 €
|
21 804 €
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205 814 €
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10 º
|
Pedro R. Felício
Vogal Executivo da Sagestamo
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104 000 €
|
54 740 €
|
46 833 €
|
205 573 €
|
11 º
|
Almerindo Marques
Presidente das
Estradas de Portugal
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193 900 €
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3040 €
|
196 940
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12 º
|
Estevão Moura
Presidente do IN-CM
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135 638 €
|
39 900 €
|
14 246 €
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189 784 €
|
13 º
|
Guilhermino Rodrigues
Presidente da Ana
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178 220 €
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11 053 €
|
189 273 €
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14 º
|
José C. Gomes
Presidente da GERAP
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134 518 €
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14 931 €
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15 284 €
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164 733 €
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15 º
|
Rolando B. Martins
Presidente do
Parque Expo
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133 000 €
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29 997 €
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162 997 €
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16 º
|
António R. de O. Fonseca
Presidente do
Metro do Porto
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150 122 €
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7548 €
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157 670 €
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17 º
|
Augusto J. Pereira
Presidente da NAV Port. EPE
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105 000 €
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4531 €
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109 531 €
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18 º
|
António F. Ferreira
Presidente da
Baía do Tejo
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39 914 €
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2955 €
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42 869 €
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19 º
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Pedro J. Bento
Vogal Executivo
SIEV
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14 692 €
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14 692 €
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Fonte: In Correio da Manhã, Edição de 28 de Janeiro de 2011
Salário milionário dos Gestores Públicos vs Desmistificar necessidade destes salários milionários
1- O Mito do “Gestor de Ouro”.
Questão:
Será que um gestor de uma empresa pública portuguesa, ou de uma empresa privada de referência, tem um talento e competências tão raras, excepcionais e inatas que fazem dele alguém insubstituível e que por esse motivo terá que ser pago a "peso de ouro"? Como diria Mourinho, alguém “Special one”?
Há que desmistificar esta questão.
Trata-se de um mito!
Existem de facto certas actividades em que uma parte do talento do indivíduo tem que ser inato e que por mais que se exercite e treine, quanto muito melhora-se até determinado patamar, mas nunca se atingirá um patamar de indivíduo invulgar, pela excelência das suas capacidades e talento muito acima da média. É o caso por exemplo do que acontece com os "eleitos" no mundo do desporto, na música e pintura, onde é necessário possuir capacidades extraordinárias e inatas que o indivíduo já tem à nascença.
Exemplo de indivíduos com invulgar talento nas suas áreas e que por esse motivo será legítimo que usufruam ou que tenham usufruído de um salário muito acima do comum dos cidadãos:
a) Cristiano Ronaldo e Leonel Messi no Futebol;
b) Usain Bolt no Atletismo (Campeão Olímpico e recordista do mundo em 100 e 200 metros);
c) No passado podemos citar Leonardo Da Vinci na Pintura e Mozart na Música.
Vamos agora ao caso dos gestores das empresas públicas nacionais (e já agora também das privadas). Será que eles serão assim pessoas tão iluminadas, tão extraordinárias, excelentes e acima da média, cujo desempenho é tão brilhante que justifique a desproporção dos seus salários face ao comum dos cidadão?
Resposta:
Poderia ser se indivíduos que exercem uma exemplar gestão/liderança (a par de outras áreas, tais como, desporto, música, pintura, etc,) fossem raros de encontrar e tivessem associada uma carga inata muito acentuada, fazendo com que fossem únicos e insubstituíveis pelo brilhantismo do seu talento e desempenho a gerir e a liderar. No entanto, ao nível da gestão/liderança, essa carga inata não tem grade relevo, passando antes pela socialização, aquisição de experiência, conhecimentos e competências ao longo da vida do indivíduo.
No reino animal as características de líder podem ser inatas, mas no entanto trata-se de uma liderança que é exercida pelo instinto e pelo uso da força. No mundo dos humanos as coisas não se passam de forma tão simples. Gerir/liderar passa por estimular, exercitar e utilizar a nossa inteligência e massa cinzenta, sendo felizmente uma capacidade que está ao alcance de todos e não apenas de alguns, alegadamente eleitos e pré-destinados.
Daqui decorre que os actuais gestores públicos pagos a peso de ouro, não detêm o exclusivo de acumular conhecimento e experiência para gerir com a máxima eficácia e eficiência. Em diversos sectores da sociedade portuguesa, existem muitos cidadãos à altura e capazes de os substituir. Acresce que o gestor não trabalha isoladamente e conta com o apoio e a colaboração de especialistas em diferentes áreas.
O Bom gestor/líder faz-se pelo trabalho, pelo tempo, pela acumulação de conhecimento e pela melhoria e adaptação de conhecimentos técnicos e competências diversas, às funções a desempenhar. É de sublinhar mais uma vez quen não trabalha isoladamente, mas conta com o trabalho de uma equipa composta por outros elementos que detêm as competências técnicas necessárias e que o gestor tem que saber envolver no projecto, motivar e auscultar.
Para concluir, a lista top 19 dos gestores mais bem pagos em empresas públicas portuguesas, não inclui uma única mulher. Existem em Portugal centenas ou até milhares de indivíduos, homens e mulheres, com capacidade para gerir, tanto uma pequena empresa, como uma grande empresa/organização. Gerir empresas não tem segredos, basta ter as competencias necessárias, dedicação, empenho e rigor. Neste momento existem quadros intermédios de empresas e gestores, bem como profissionais de outras áreas que tendo conhecimentos nas áreas de economia, contabilidade e gestão, com a socialização adequada, experiência, conhecimentos e competências técnicas adequadas, reunem as condições necessárias para gerir uma grande empresa/organização. Apenas ainda não lhes foi dada a oportunidade e caso a tivessem, com remunerações muitíssimo inferiores, desempenhariam tão bem as suas funções como os actuais gestores que são "pagos a peso de ouro".
Filipa Bragança